Thursday, November 19, 2009

Saga

A Saga de um Feliz. Como assim? Assim foi...

Tomo o presente para narrar às agruras do cotidiano, sofridas por um senhor septuagenário, “campista da gema”, meu pai; e alertar a uma parcela incauta de nossa sociedade, frente aos serviços de saúde ofertados.

Na sexta-feira, 13/11/2009, por volta da 10:00 h., o Sr. Carlos Frias levou sua esposa, Francisca, minha mãe, companheira de jornada a 47 anos, para uma consulta médica em uma das unidades de Planos de Saúde existentes em nossa cidade.

Estacionou o seu veículo, e zeloso (sistemático) foi avisá-la, na sala de espera do consultório, onde parou, visando não acontecer um desencontro. No caminho de retorno ao veículo foi acometido por uma síncope (desmaio), sofrendo uma queda que produziu várias escoriações (cabeça e membros).

Ao sair da consulta médica, minha mãe o encontrou ensangüentado e acomodado em uma cadeira de rodas, com a presença de um funcionário da empresa, ao lado de uma unidade de emergência, visto ter sido socorrido por um anônimo, sendo-lhe indagado se meu pai pertencia ao plano de saúde desse Grupo.

Atônita com a situação ora apresentada, informou que meu pai pertencia a outro Plano de Saúde, que não possui convênio, sendo aconselhada a encaminhá-lo a outra unidade. Pois bem, ele foi “removido” de cadeira de rodas pelas ruas de nossa cidade, até outra unidade de emergência credenciada, conduzido cuidadosamente pelo funcionário supracitado, onde imaginava-se, tudo seria resolvido, ledo engano!

Nesta Emergência ele foi acolhido e atendido por um médico (clínico), que aferiu pressão e pulsação e informou que ele deveria ser removido para outra unidade, visto não possuir ali, equipamento e profissional médico especializado para a conduta necessária. Informou-se ainda, que não havia ambulância para remoção e nem foi oferecido nenhum serviço de remoção privado, disponível em nossa cidade, sendo aconselhado pela recepção que se efetuasse tal procedimento em veículo particular.

Com a chegada de minha irmã e a urgência do caso, meu pai, foi novamente removido, em veiculo próprio da mesma, para outra unidade de emergência credenciada, onde recebeu o pronto atendimento clínico (monitoramento, oxigênio,etc.), pois apresentava baixa freqüência cardíaca e oscilação da pressão arterial. Iniciados tais procedimentos, fomos chamados, pela equipe médica, e informados que deveríamos providenciar uma NOVA REMOÇÂO, diante do quadro clínico apresentado, mas desta vez, para uma unidade de emergência pública, cito, Hospital Ferreira Machado, com a alegação de que acidentes em via pública, devem ser obrigatoriamente socorridos pelo Resgate do Corpo de Bombeiros e encaminhados ao referido hospital e que naquela unidade não havia o profissional médico (Neurologista) que se necessitava, apesar de possuir o equipamento.

Por haver trabalhado por vários anos na área de saúde, mantive alguns contatos e fui informado, que nesta unidade de emergência credenciada, os profissionais da área mencionada, trabalham em sistema de sobreaviso, bem como, os nomes dos atuais diretores, desta feita, interpelamos veementemente a equipe médica, quanto ao descontentamento da solução apresentada e expusemos o teor das informações colhidas.

A equipe médica se reuniu por breve momento, e em seguida retomaram os procedimentos (tomografia, etc.), tendo diagnosticado, preliminarmente, como Síncope de Vasovagal ou neurocardiogênica, tendo como conseqüência internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por dois dias.

Então ficam as perguntas: se o Plano de Saúde estava com o pagamento rigorosamente em dia, sendo conduzido a várias unidades de EMERGÊNCIA credenciadas, tratando-se de um idoso que acabara de se acidentar, acompanhado de sua esposa, porque a dificuldade em atendê-lo? Por que a indicação de remoção para unidade pública, exatamente quando se fala tanto em HUMANIZAÇÂO do atendimento de saúde? Afirmo que isso ele não encontrou nos primeiros atendimentos!

Após este relato, concluo que é inadmissível, que qualquer cidadão tenha aviltado os seus direitos e garantias fundamentais, no caso em tela, meu pai possuidor de plano de saúde, que passou a usufruí-lo após mais de dez anos de associação, não merecia, assim como, nenhum cidadão merece, ser submetido a tais acontecimentos. Mas, aviso aos navegantes, o Sr. Carlos Frias já está no aconchego do seu lar, FELIZ, por ter sobrevivido após tantos transtornos, pois enquanto ele possuir filhos combativos e uma esposa guerreira, tais direitos e garantias se farão presentes, por isso recomendo, não esmoreça frente a um obstáculo, seja educado e firme que irá conseguir transpô-lo.

“Os ventos não ajudam a Nau que não conhece o rumo que deseja singrar” (Ciro Gomes)

Sigamos em frente...

Obrigado!

Victor Hugo Frias

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