Sunday, July 5, 2009

Após protestos de apoio ao presidente deposto Manuel Zelaya no qual morreu ao menos uma pessoa neste domingo, o governo interino de Honduras anunciou a ampliação do toque de recolher que está em vigor no país desde que as Forças Armadas, com apoio da Justiça e do Congresso prenderam Zelaya no último domingo e o expulsaram do país.
Um porta-voz informou que o toque de recolher começaria às 19h (22h em Brasília), três horas mais cedo que nas noites anteriores. A medida restringe direitos de manifestação, reunião e expressão entre a noite e o amanhecer.
Neste domingo, milhares de pessoas foram até o aeroporto internacional de Tegucigalpa para apoiar o presidente deposto, que embarcou em um avião em Washington rumo à capital hondurenha. Alegando querer evitar um "banho de sangue", o governo bloqueou a pista com carros e impediu o pouso do avião que trazia Zelaya e o presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, Miguel D'Escoto.
Uma pessoa morreu com um tiro na cabeça, disparado de dentro do aeroporto, guardado pelas forças de segurança, segundo testemunhas. Há relatos não confirmados de que até outras duas pessoas teriam sido mortas nos protestos.
O avião com Zelaya seguiu para El Salvador, o presidente deposto pretende encontrar-se com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, do Paraguai, Fernando Lugo, do Equador, Rafael Correa, e como o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza.
Nenhum país reconheceu o novo governo hondurenho, e neste sábado a OEA suspendeu o país por infringir os princípios democráticos da organização.
Golpe
Zelaya foi derrubado do poder no último domingo (28) em um golpe orquestrado pela Justiça e pelo Congresso e executado por militares, que o expulsaram para a Costa Rica. O golpe foi realizado horas antes do início de uma consulta popular sobre uma reforma na Constituição que tinha sido declarada ilegal pelo Parlamento e pela Corte Suprema.
"Fui retirado da minha casa de forma brutal, sequestrado por soldados encapuzados que me apontavam rifles", contou o presidente deposto, após chegar ao exílio na Nicarágua.
"Diziam: 'se não soltar o celular, atiramos'. Todos apontando para minha cara e o meu peito. [...] Em forma muito audaz eu lhes disse: 'se vocês vêm com ordem de disparar, disparem, não tenho problema de receber, dos soldados da minha pátria, uma ofensa a mais ao povo, porque o que estão fazendo é ofender o povo'."
Fonte: Folha Online

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