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Tuesday, July 7, 2009
Tivemos (eu e uma prima) uma pequena lojinha de produtos para a casa e um pouco de acessórios de moda num bairro bem legal aqui em Sampa.
Vendíamos de tudo um pouco, mas sem dúvida o que era artesanal, repaginado ou reciclado, não esquentava nas prateleiras de jeito nenhum.
Ali aprendi muito e conheci um novo universo e reciclei idéias! Por esse lado foi muito gratificante mesmo. Aliás, meu conceito de super homens e mulheres bem sucedidas mudaram totalmente.
O que mais curto nisso tudo é ver o trabalho artesanal sendo valorizado como merece. Hoje por exemplo, mães que optam em deixar seus “bons empregos” para criar os filhos encontram independência e valorização numa atividade manual sem abrir mão do tempo com a família ou bem estar.
Podem reparar produtos artesanais, reciclados, produzidos com cuidados ambientais estão cada dia mais valorizado, ninguém agüenta mais consumir produtos chineses, de produção massiva, pior escrava e de qualidade duvidosa.
Tá certo! Dependemos das grandes indústrias e de uma parafernália de produtos e tecnologias e eu gosto de comprar bons produtos, máquinas, utensílios, eletrônicos de ponta... Precisamos de dinheiro, precisamos viver com dignidade e isso é muito positivo para a economia.
Mas não é só de gente jovem que vive esse mercado não. A mamãe é um bom exemplo.
Hoje no auge dos seus 76 aninhos, viúva há mais de 20 anos, vive com bastante dignidade e do trabalho dela como artesã. Mora bem, paga suas despesas, investe nas suas criações, tem vida profissional ativa e pasmem! Não perde nenhum curso novo.
Além disso, é sempre convidada para expor em feiras, bazares descolados, e atualmente também é fornecedora exclusiva de uma loja badalada nos jardins.
Sem nenhum problema de saúde, completamente lúcida e acreditando que Ronaldo Fenômeno vai marcar pelo menos 30 gols este ano. Não perde nenhuma partida dos campeonatos favoritos e é freqüentadora assídua de bingos clandestinos (desculpe mamãe te entreguei).
Ah, só mais um detalhe: ela odeia, essa é palavra, odeia tirar fotografias. Sempre coloca a mão na cara para não aparecer nas fotos. Essa imagem foi do último dia das mães , portanto, é uma raridade.
Se você gosta de artesanato, sabe fazer, têm boas idéias, gasta sua energia criando cada vez mais coisas incríveis, vale terceirizar sim, tem muita gente que gosta mais da produção e precisa de trabalho. O lucro diminui? Em parte.
Se pensarmos no lucro não somente financeiro, mas pelo bem comum, desenvolvendo parcerias, distribuição dos produtos, sem perder o foco artesanal, fica equilibrado e quando aprendemos a dividir ganhamos mais.
Então se me permitem gostaria de deixar uma sugestão para pensar:
Se a profissão que você escolheu não te garante direito nem o "certo no fim do mês, Por que não?!!Afinal, estamos nessa vida e passamos tão pouco tempo nela... Nesse caso não seria melhor experimentar respeitar a própria individualidade? Valorizar sua criatividade e ficar mais de bem com o mundo?!
E viva o mundo criativo!!!
Somos muito diferentes, então por que parecer iguais?
Impossível citar ou mostrar todas as pessoas geniais espalhadas pelo nosso Brasil, ONGS, Artesãos, Estilistas e Designers...
Mas, compartilhar idéias, compartilhar amor, compartilhar emoções. É o que nos faz mais vivos e felizes! Eu me sinto assim.
Labels: Artesanato, artesãos